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O Mandarim cinzento
de peito preto - Por MARCEL BRIOT - França |
GENERALIDADES
Foi em 1967/68 que apareceu, na Alemanha, a mutação
peito preto, cujo grande investigador foi sem dúvida
M. Oppenborn.
As principais características do Diamante mandarim cinza
de peito preto, em relação ao tipo normal, são
as seguintes:
No macho:
· a orla visível das rémiges apresenta
uma baínha castanha devido a uma sobremelanização
da feomelanina, o resto da cor é cinzenta;
· o peito apresenta uma grande faixa peitoral preta com
uma dúzia de milímetros de espessura. A parte
superior do pescoço é malhada de branco;
· o traço do bigode é muito mais pronunciado;
· o traço "loral" encontra-se ausente;
· as faces apresentam uma extensão do seu desenho;
· os pontos redondos e brancos dos desenhos dos flancos
são cilíndricos;
· os quadrados da cauda estão ausentes. Os sobrecaudais
são de facto brancos.
Na fêmea:
· os traços de lágrimas estão ausentes:
· o desenho da cauda é idêntico ao do macho
de peito preto;
· não tem desenhos sobre o dorso (baínha
branca sobre as rémiges) ao contrário do macho
de peito preto;
· não tem desenhos no peito.
HEREDITARIEDADE
Esta mutação é de hereditariedade recessiva
livre. Ao contrário de outros mandarins, a maior parte
dos portadores são "visíveis". Estudaremos
os diferentes desenhos que podemos encontrar.
CRUZAMENTOS
1. Mutação simples
Cinzento x cinzento de peito preto
ou Cinzento de peito preto x cinzento
· 50% macho cinzento / peito preto
· 50% fêmea cinzenta / peito preto
Cinzento / PP cinzenta PP ou cinzento PP x cinzenta / PP
· 25% macho cinzento PP
· 25% macho cinzento / PP
· 25% fêmea cinzenta PP
· 25% fêmea / PP
Cinzento / PP x cinzenta / PP
· 12,5% macho cinzento
· 25% macho cinzento / PP
· 12,5% macho cinzento PP
· 12,5 fêmea cinzenta
· 25% fêmea cinzenta / PP
· 12,5% fêmea cinzenta PP
Tudo isto é muito teórico
Como é todo o cruzamento de hereditariedade recessiva
livre, pouco importa a escolha do parceiro mutado, mas como
sempre, não nos devemos esquecer que é mais fácil
trabalhar com uma bela fêmea clássica e um macho
mutado de primeira geração.
Onde a coisa se complica um pouco é quando queremos obter
pássaros de concurso. Raramente de um mesmo casal obteremos
excelentes machos e boas fêmeas.
Para "fabricar" bons machos para concurso, será
necessário trabalhar sempre com um macho que tenha uma
faixa de peito bem larga e bem ascendente, cruzado com uma fêmea
que possua também uma faixa despontante, pássaro
penalizado em concurso (deficiente, mas excelente objecto de
trabalho). As jovens fêmeas provenientes deste casal serão
portanto semelhantes à mãe, marcadas pelas faixas
do peito.
Inversamente, para concorrer na classe "Fêmea",
o criador deverá escolher um macho que tenha uma faixa
no peito de preferência estreita e uma fêmea sem
qualquer tipo de faixa. É evidente que os jovens machos
nascidos dessa união serão francamente menos bons
no padrão, mas as vossas fêmeas serão "puras".
2. Combinações de mutações
A mutação peito preto combina-se muito agradávelmente
com as seguintes cores:
· o castanho + PP
· o drso pálido + PP
· o mascarado + PP
· o cinzento pastel + PP, o castanho pastel + PP
· o Isabel + PP (que fornece o pheo)
· os faces pretas + PP
· o faixa laranja + PP
(os desenhos do PP tornam-se laranja)
Os cruzamentos com as cores castanho e Isabel originam crias
notáveis.
· o "black-face" + PP (as fêmeas são
sublimes)
Combinações múltiplas
· o cinzento de faces pretas "black-face" +
PP
· o castanho face laranja "black-face" + PP
· o Isabel faixa laranja "black-face" + PP
Estas combinações não são evidentemente
limitativas mas tais pássaros são muito agraváveis
à vista. Isto será um assunto para um ou mais
outros artigos. Vamos agora estudar mais detalhadamente os desenhos
do peito preto, mas também dos portadores (ou "split")
porque sob pena de me repetir, os portadores de peito preto
são reconhecíveis.
DESCRIÇÃO
Desenhos do peito:
Macho:
No Nacional holandês do mandarim, fomos surpreendidos
pela extensão do desenho do peito que subia praticamente
até abaixo da mandíbula inferior. Em oposição
ao "Witborst" (peito branco holandês, pinguim
para nós), nós podemos sempre desejar um desenho
que suba ao máximo. Consegui-lo-emos? Pessoalmente não
tenho resposta para este problema mas na evolução
do standard, talvez seja necessário encará-lo.
1) Tipo selvagem (não mutado)
· O zebrado é normal, progredindo da barra do
peito até à base do bico;
· A barra do peito é de espessura normal de 4
a 5 milímetros no seu centro.
2) Tipo mutante PP
· Ausência total de zebrado;
· Extensão da barra de peito na sua parte superior
para atingir mais de 10 milímetros de espessura;
· Acima desta barra um desenho matizado ornamenta essa
zona;
· O queixo não tem qualquer mancha melânica.
3) Tipo intermediário (portador PP)
· Presença de zebrado no peito cm uma ligeira
ausência deste no queixo;
· Ligeira extensão da barra do peito na sua parte
superior.
Desenhos dos flancos:
Macho:
Reparamos que os pontos redondos e brancos tornaram-se alongados,
de forma cilindróide. Durante os concursos ou visitas
a exposições, pude verificar uma extensão
destes desenhos brancos. Um pouco demais para o meu gosto. De
tal modo que esta superfície chegava a cobrir quase totalmente
os flancos e que estes encolhiam considerávelmente.
Um exemplar de Jean Darmagnac (Pheo) já nem sequer possuía
este desnho. Os flancos eram idênticos aos de uma fêmea.
Outros podem possuir flancos quase inteiramente de cor branca.
São defeitos muito grandes. O portador peito preto possui
desenhos de flancos intermediários.
Fêmea:
Na fêmea, o desenho dos flancos deve ser idêntico
ao desenho de uma fêmea clássica e de cor acinzentada.
Macho:
O traço "loral" desapareceu. O traço
do bigode é mais acentuado. O desenho da face é
muito extenso. Rodeia a parte superior do olho e "derrama-se"
para trás.
No sujeito portador, notam-se muitas vezes sobrancelhas alaranjadas
e uma extensão da face.
O traço de lágrima é mais fino ou interrompido.
Fêmea:
O desenho das faces é de cor branca acinzentada. Os traços
"lorais" também desapareceram Os traços
do bigode são, como no macho, sobremelanizados.
1) Tipo selvagem (não mutado)
· Mancha da face de tamanho normal;
· Traços "loral" e do bigode bem proninciados
(idêntico para a fêmea).
· Presença de zebrado na gargante.
2) Tipo mutante PP
· Aumento considerável da superfície das
faces;
· Ausência de traço "loral", intensificação
do traço do bigode e melanização à
volta do bico (idêntico para a fêmea);
· Ausência d zebrado na garganta.
3) Tipo intermediário (portador PP)
· Ligeira extensão da face com uma marca acima
do olho;
· Traço "loral" quebrado e pouco pronunciado
(idêntico para a fêmea);
· Nalguns casos podemos constatar um princípio
de ausência de zebrado na garganta.
Desenhos da cauda
Macho e fêmea:
Os quadrados da cauda dum cinzento clássico desapareceram.
As coberturas da cauda tornaram-se inteiramente brancas para
o macho e branco-nata para a fêmea. Estas parecem acinzentadas
porque as rectrizes são pretas.
1) Tipo selvagem (não mutado)
· Desenho normal constituído pela alternância
de quadrados pretos e brancos.
2) Tipo mutante PP
· Desaparecimento total do desenho;
· Cor uniforme e de tom claro.
3) Tipo intermediário (portador PP)
- Mistura completa do desenho melânico no tom claro. Nenhuma
regularidade do desenho. Em certos casos, algumas simples estrias
negras podem ser visíveis.
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